terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

HISTÓRIAS QUE ALIMENTAM


Olá!
 Eu sou o açúcar, sou muito doce e saboroso e podem encontrar-me de varias formas, em bolos, rebuçados, gomas e chupa-chupas eu conheço o caminho do vosso interior e por isso entro na vossa corrente sanguínea muito facilmente.
Quando entro na corrente sanguínea, por ser tão rápido, faço-vos subir os níveis de glicemia do vosso sangue. A glicemia é assim o termómetro das vossas emoções e por isso assim que me recebem, ficam logo cheios de energia e bem-dispostos.
Mas vocês sabem, que poucas coisas são de graça e eu em troca de tanta energia tenho o meu preço que é consumir um pouco dos vossos minerais.
Os minerais são parte daquela matéria que compõem os vossos ossos e dentes e que mantém o equilíbrio do vosso sistema nervoso.
Não podem levar-me a mal! Porque eu sou muito saboroso e faço-vos muito felizes e tudo isso temo seu preço.
Se depois vocês abusam e perdem a noção do limite e consomem mais do que o vosso corpo suporta, já é da vossa responsabilidade.
 Eu não tenho remorsos de terem cáries, borbulhas e de ficarem irritados com a minha falta. Eu também não tenho culpa que a vossa indústria me tenha refinado.
Tanto que me tiraram as vitaminas e a protecção dos meus efeitos e que por outros motivos que não têm em conta a saúde, me tenham acrescentado produtos químicos, que vos fazem mal, para eu ficar mais branquinho e durar mais.


Eu duro mais e vocês duram menos, mas são vocês que escolhem que assim seja.
Também não fui eu, que escolhi fazer parte de quase todos os alimentos que vocês consomem, pois sirvo de agente de conservação e estou até presente nos medicamentos e na vossa pasta dos dentes.
Eu quase que posso afirmar, que sou eu quem vos governa e vos controla.
Vocês são todos dependentes de mim. Um pó branquinho que é servido á vossa mesa todos os dias e que aos poucos vos vai empobrecendo.
Então mas não são vocês os humanos e inteligentes? Então como é que deixaram isto acontecer?
Então como é que não pensam sobre este assunto?
Eu sou um alimento para consumir de vez em quando e na minha forma mais natural, não assim tão tratado, em que quase me transformaram noutra coisa que não sou eu.
O doce pode amargar, quando o consumimos demais e depois enfraquecemos as nossas defesas, porque como eu vos retiro os minerais para pagamento do meu trabalho, crio uma corrente mais ácida no vosso sangue e deixo o caminho muito mais livre para as bactérias poderem viver no vosso corpo.
Pensem lá nisto tudo e escolham ser humanos doces e não seres humanos adoçados.

Natália Rodrigues

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