segunda-feira, 26 de setembro de 2011

VEGETAIS 2.ª parte

No último artigo mencionei a importância de comermos regularmente e a todas as refeições vegetais, alimentos essenciais para a manutenção e recuperação da saúde, dado o seu teor em hidratos de carbono complexos, fibra e vitaminas.




Passo agora a mencionar as qualidades de alguns dos principais legumes utilizados em Portugal, de forma a poder tirar um melhor partido destes maravilhosos alimentos. Lembre-se de que deve variar os métodos culinários para que a alimentação não se torne monótona e possa aproveitar ao máximo as propriedades de cada um deles.

Os vegetais podem ser cozinhados no vapor, cozidos, escaldados, cozinhados sem água, salteados de uma forma rápida, salteados de uma forma lenta, estufados, assados, comidos sob a forma de salada crua, salada prensada, sob a forma de "pickles": Não devem de uma forma geral ser cozinhados na pressão, a não ser que sejam combinados com alimentos como leguminosas ou cereais.

Cenouras

São um dos vegetais mais ricos e saborosos de que dispomos - as cenouras são antidiarreicas, remineralizantes e diuréticas.
Como diziam as avós, são também boas para os olhos uma vez que possuem uma grande quantidade de betacaroteno (ou provitamina A) que desempenha funções essenciais no mecanismo da visão.
Para além disso, ajudam a combater casos de anemia, infecções de bexiga e de cálculos renais ou biliares; acalmam também as dores de estômago e o excesso de acidez estomacal.
A cenoura pode ser utilizada em pratos de vegetais, sopas, crua (neste caso, é mais digerível se for ralada), em sumos ou em chás.

Agrião

Estimula o apetite, activa o metabolismo; favorece a expectoração e descongestiona o aparelho respiratório.
Na Medicina Chinesa o agrião era considerado com um excelente tónico para o fígado e pulmões.
É preferível consumi-lo levemente cozinhado (1/2 a 1 minuto) do que cru, em particular se o agrião não for de origem biológica (cultivado sem produtos químicos).

Rabanete

O rabanete é um excelente descongestionante do fígado e da vesícula; para além disso é um vegetal valioso no caso de afecções respiratórias e particularmente benéfico no tratamento da sinusite.
Pode utilizá-lo ralado (óptimo para ajudar a dissolver gordura e portanto aconselhado em conjunto com alimentos mais oleosos como fritos) ou cozinhado. De manhã, em jejum, desintoxica e descongestiona o fígado.

Cebolas

As cebolas cozinhadas são muito boas para acalmar o sistema nervoso (em casos de nervosismo, irritabilidade, etc.); ajudam também a aliviar as dores musculares, sendo portanto apropriadas para pessoas que desenvolvem um trabalho físico intenso.
O chá preparado a parir das cascas de cebola fervidas é excelente para tosses, particularmente em crianças.

Couve lombarda

Quando levemente escaldada é um óptimo tónico para abrir o apetite.
Tem também acções benéficas sobre o estômago e pâncreas, sendo particularmente indicada para casos de diabetes ou hipoglicemia.

Alho

Comido cru, funciona como vermífugo (elimina parasitas intestinais) e aumenta a vitalidade. Pessoas com um comportamento muito irritável ou instável devem utilizar alho muito ocasionalmente, pois este tende a aumentar estas tendências; nessas situações deve apenas ser utilizado como condimento, e preferivelmente cozinhado.
Cru ou cozinhado, tem sido reconhecido ao alho, desde a Antiguidade, tanto no Ocidente como no Oriente, uma série de propriedades medicinais bastante extensas das quais cito:
Qualidades hipotensoras: o alho provoca uma baixa da tensão arterial, devido aos seus efeitos vasodilatadores.
Fluidifica o sangue: O alho é um antiagregante plaquetário, tornando o sangue mais fluido, sendo portanto indicado para todas as pessoas com tendência para problemas cardiovasculares. Diminui também os níveis de colesterol no sangue, particularmente o LDL (chamado de mau colesterol).
Efeitos hipoglicemiantes: Normaliza os níveis de açúcar no sangue, sendo um excelente preventivo para a diabetes e um bom tratamento para a mesma.
Qualidades antibióticas anti-sépticas: Após muitos estudos realizados, sabe-se que o alho desempenha funções antibióticas importantes, em especial na presença de organismos como: "escherichia coli", "salmonela typhi", "shigella dysenteriae", estafilococos e estreptococos, diversos fungos e leveduras.
Desintoxicante e descongestionante do fígado: Em pequenas quantidades, tem efeitos benéficos sobre o fígado.

Abóbora

Tal como a cenoura ( e vegetais como a beterraba, a couve de bruxelas, a salsa, acelgas, espinafre) a abóbora fornece betacaroteno, uma substância que se converte em vitamina A no organismo; para além disso é um dos legumes com mais hidratos de carbono complexos, sendo ideal para pessoas que necessitem de despender muito esforço físico. Os orientais usam há séculos a abóbora para tratar problemas de estômago, pâncreas, baço e sistema linfático.

Pepino

Um vegetal a ser usado mais no Verão, o pepino é benéfico para alguns problemas de estômago e é um bom diurético. O sumo de pepino tem sido tradicionalmente utilizado para tratar borbulhas (aplicado localmente).
Deixo-lhe de seguida uma bebida preparada a partir de vegetais, que é particularmente benéfica para tratar a hipoglicemia (níveis de açúcar baixos, uma condição que afecta um grande número de pessoas); pode beber este caldo sempre que se sinta cansado, tonto, irritado, com desejo de doces, ansioso, com sono excessivo ou deprimido - sintomas que na maioria dos casos revelam uma condição hipoglicémica

Caldo de Vegetais Doces

Ingredientes:
½ chávena de cebolas
½ chávena de cenouras
½ chávena de couve lombarda
½ chávena de abóbora
4 - 6 chávenas de água da fonte
Preparação:
Corte em pedaços pequenos cenouras, cebolas, abóbora e couve.
Ponha a água a ferver.
Adicione os vegetais à água a ferver e cozinhe durante 2 a 3 minutos.
Reduza a chama para o mínimo, tape e ferva em chama baixa durante cerca de 20 minutos.
Coe os vegetais.
Beba morno ou quente.
Pode guardar este caldo no frigorífico mas é preferível reaquecê-lo antes de o beber.

História sobre o Meio Ambiente





"Na fila do supermercado o caixa diz uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse:

“Não havia essa onda verde no meu tempo.”

O empregado respondeu:

"Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "

"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.

Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reutilização, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.



Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até ao comércio, em vez de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época nós tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha um ecrã do tamanho de um lenço, não um ecrã gigante do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de relva que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não se precisava ir a uma academia e usar tapetes e máquinas que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos e garrafas de plástico que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes em vez de comprar novas a toda a hora. Afiávamos as navalhas, ao invés de deitar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.



Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas apanhavam o autocarro, camioneta ou comboio e os meninos iam de bicicleta ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.


Então, não é risível que a actual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Seminário: CRIAR OUTRA VIDA

Com Luís Martins Simões





O nosso mundo está a viver momentos de mudanças estruturais fortes que põem à prova o nosso equilíbrio pessoal e caminho de vida.

Nestas alturas, é importante voltarmo-nos para dentro, expandir a consciência e perceber o quanto do mundo exterior é um reflexo do nosso interior.

Este workshop é uma experiência intensa, num plano diferente daquele em que vivemos no dia-a-dia.
...
Os participantes aprenderão a trabalhar com o poder da atenção, a reconhecer percepções extra-sensoriais e a ler o significado dos seus sintomas físicos e emocionais.

Aprenderão ainda a usar a mente para se aproximarem da sua intuição e, desta forma, desenvolverem a sua imunidade… No fundo, aprenderão a criar uma outra vida, aquela que desejam verdadeiramente viver.




Horários:

Sexta-feira - das 20h30 às 24h (Acolhimento a partir das 19h30); Sábado - das 10h às 21h30;

Domingo - das 10h às 19h30


Preço: 190€ por pessoa (inclui coffee breaks)


Para mais informações:

http://www.e-macrobiotica.com/formacao/seminarios_e_workshops/criar_outra_vida/

PALESTRA: A MACROBIÓTICA NA PRÁTICA

com Francisco Varatojo e Eugénia Varatojo

Nesta que será a primeira palestra deste ano lectivo, vamos começar em grande com os Directores do IMP, Francisco e Eugénia Varatojo.






Eles que são também dois dos responsáveis pela introdução e divulgação da Macrobiótica em Portugal, irão partilhar consigo a experiência de uma vida.


Como é que a Macrobiótica surgiu nos seus caminhos? Que mudanças provocou? De que forma podemos fazer uma alimentação saudável numa sociedade com estilos de vida e ofertas alimentares tão pouco equilibradas? Como foi criar 4 filhos com base na Macrobiótica?


Estas serão apenas algumas das questões que seguramente irão surgir nesta partilha.


As outras, serão as que você próprio trouxer para lhes colocar.


Apareça!


Data:

22 de Setembro


Horário:

Das 20h30 às 22h


Preço: Contribuição simbólica de 5€

VEGETAIS

Quantas vezes ouviu dizer que comer vegetais é muito importante para uma boa saúde? E segue este bom conselho ou não?


Bem, na minha prática diária de consultor alimentar numa grande cidade como Lisboa sempre que menciono a importância dos vegetais a maioria das pessoas responde -"vegetais como todos os dias na sopa e também costumo comer salada de alface"; os mais jovens arriscam: "bem, costumo comer batatas fritas (quase sempre de pacote) e salada de tomate, às vezes ketchup". Em contrapartida, quando viajo pela província, "couves, nabos, cenouras" são ainda para muitos sinónimo de alimento diário, muitas vezes cultivado num pequeno jardim, contíguo à casa onde habitam.

A verdade é que o hábito de comer legumes diariamente e a cada refeição vem-se perdendo cada vez mais, ao mesmo tempo que um número crescente de estudos científicos enfatiza a importância destes alimentos na prevenção e mesmo terapia da maioria das doenças degenerativas modernas.

Nos últimos dois artigos escrevi sobre a importância dos cereais integrais e expliquei que os mesmos foram a base alimentar de todos os povos do planeta; bem, os vegetais sempre acompanharam os cereais e foram utilizados como alimento secundário (não que secundário signifique de menor importância, mas tão só ingeridos em menor quantidade, por razões climáticas, geográficas e outras).
Devemos utilizar no prato os mais diversos legumes e no caso concreto de Portugal temos uma extraordinária variedade à nossa disposição: cenouras, cebolas, nabos, rabanetes, rábanos, couve-flor, brócolos, abóbora, couve lombarda, nabiças, grelos, couve portuguesa e tantos outros preciosos legumes que fizeram parte integrante da nossa culinária durante séculos.



Os vegetais que actualmente são mais utilizados, o tomate e a batata, não são oriundos do nosso clima e se comidos em grande quantidade podem contribuir para alguns problemas como artrite, doenças de pele, problemas digestivos, problemas renais. Os tomates, as batatas, mas também os pimentos (verdes e vermelhos), beringela, pimenta, pertencem à famílias das solanáceas e são relativamente tóxicos, o que vem sendo confirmado por cada vez mais estudos; o Dr. Norman Childers no seu livro "Nightshades and Health" (As Solanáceas e a Saúde) reporta que o consumo regular de tomates, batatas e beringela é a causa primária de artrite e que em muitos pacientes que sofrem desta incapacitante doença quando se retiram estes alimentos da alimentação diária os sintomas de artrite desaparecem em poucas semanas.

Assim sendo, sugiro-lhe que reduza o consumo destes vegetais e que os utilize apenas em situações especiais; se tiver problemas sérios de saúde, o melhor é talvez eliminá-los completamente do seu regime alimentar durante algum tempo.

Quanto a todos os outros, comece já hoje a encher o seu prato com eles: não só a refeição ficará muito mais colorida, como ainda mais importante, isso lhe trará enormes benefícios à sua saúde.
Para tirar um maior benefício dos legumes aqui vão alguns conselhos importantes:
  1. Sempre que possível compre vegetais de origem biológica (cultivados sem produtos químicos) ou adquira-os em mercados pequenos, evitando de uma forma geral os vegetais de supermercado. A quantidade de pesticidas e herbicidas utilizados nos legumes modernos é assustadora e prejudica seriamente a saúde humana e a dos solos, contribuindo para um grande número de problemas ecológicos. Sabia que em apenas quarenta anos a contagem de espermatozóides em estudantes universitários baixou cerca de 40% e que muitos estudos apontam como causa directa para esta situação o uso de produtos químicos na agricultura moderna?
  2. Não retire a casca a legumes como a cenoura, nabo, rabanete, etc. : lave-os com uma escova de vegetais disponível no mercado de produtos naturais; quanto a vegetais como o agrião, a alface, couves, não os deixe dentro de água para os lavar mas passe-os somente rapidamente por água fria.
  3. Corte os vegetais de formas diferente e artísticas: consulte livros de cozinha especializados ou melhor ainda, frequente aulas de cozinha de forma a aprender estilos de corte lindíssimos que enriquecem grandemente o aspecto estético da refeição e melhoram também a digestão e absorção dos alimentos.
  4. Em todas as refeições, utilize legumes bem cozinhados e outros levemente cozinhados; os vegetais mais cozinhados fornecem energia e vitalidade enquanto que os levemente cozinhados fornecem frescura e ajudam a adquirir flexibilidade - neste caso não os cozinhe mais do que um minuto, de forma a que eles mantenham uma cor viva e um aspecto estaladiço. Um mau hábito existente em Portugal é de cozinhar excessivamente os vegetais, de forma a que eles percam todo o brilho e fiquem desprovidos de vitamina C.
  5. Coma uma boa variedade de vegetais de raiz - cenouras, nabos, rábanos, bardana, rabanete, vegetais redondos - abóbora, brócolos, couve-flor, couve lombarda, e vegetais de folha - grelos, couve portuguesa, agriões, nabiças. Os vegetais de raiz fornecem vitalidade e melhoram o funcionamento dos órgãos inferiores do corpo como os intestinos ou os órgãos reprodutores, os vegetais redondos tornam-nos mais calmos e beneficiam órgãos como o estômago, o baço ou o pâncreas e os vegetais de folha fornecem frescura e flexibilidade e activam os pulmões, coração e fígado.



Bem, espero que este meu artigo o inspire para começar a cozinhar estes fantásticos alimentos todos os dias; no próximo artigo escreverei sobre os principais vegetais disponíveis e as suas propriedades.


Por Francisco Varatojo

Concertos da Semana



Quinta-Feira, 22 de Setembro - Matilha e Filho da Mãe; Mr. Mitsuhirato (DJ set)
Lisboa, MusicBox, 22h30




Sexta-Feira, 23 de Setembro - Marc Copland e John Abercrombie , Lisboa, Centro Cultural de Belém, 21h00



Sábado, 24 de Setembro - Old Jerusalem, Porto, Passos Manuel, 23h00

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SEJA BEM VINDO AO ANO LECTIVO DE 2011/12 NO IMP!





Para este semestre de Outono Inverno, temos uma agenda recheada.

Os vários cursos e workshops, terapias e actividades, palestras e serviços, foram todos escolhidos a pensar na melhor forma de o ajudar a criar mais harmonia, bem-estar e equilíbrio na sua vida.

Navegue pelo nosso site ou consulte o nosso Catálogo Outono/Inverno e faça a melhor escolha para si!


Até breve…

Concertos da semana




Segunda-Feira, 12 de Setembro  - Anna Calvi, Porto, Hard Club, 21h00







Quinta-Feira, 15 de Setembro - Nosaj Thing, Fantasma, DJ Ride, Grana, SwitchSt(d)ance e Exotique (lançamento da Punch Magazine), Lisboa, MusicBox, 22h00 




Sábado, 17 de Setembro - Sérgio Godinho , Braga, Theatro Circo, 21h30

Cereais (parte 2)

Espero que por esta altura já tenham começado a utilizar diariamente cereais integrais nas refeições diárias.

Como provavelmente tiveram alguma dificuldade quer na selecção quer na preparação dos mesmos, neste artigo passarei a descrever os principais cereais integrais disponíveis no mercado português, as suas qualidades e as melhores formas de os utilizar

Arroz integral




É de longe o cereal mais utilizado na alimentação macrobiótica e vegetariana e o seu uso foi difundido pelo filósofo e educador japonês George Ohsawa. O arroz integral tem um valor nutricional muito superior ao arroz branco, particularmente no que toca à riqueza em vitaminas do grupo B e proteína. É um alimento excelente para desenvolvimento intelectual e espiritual e de um ponto de vista físico beneficia particularmente os pulmões o intestino grosso sendo um dos melhores alimentos para tratar problemas intestinais.

Cuidado no entanto com o seu consumo excessivo (o uso exclusivo ou quase de arroz integral como único cereal) - pode levar a uma magreza exagerada, uma tonalidade mais amarelada da pele e a um semblante demasiado sério.

O arroz integral pode ser consumido simples (muito mais saboroso se cozinhado na panela de pressão), com leguminosas ou vegetais, em sopas e até em sobremesas.

É aconselhável demolhá-lo sempre antes de o cozinhar - não só fica muito mais saboroso, como isso ajuda a desdobrar o ácido fítico, tornando muito mais fácil a absorção de diferentes oligoelementos, particularmente zinco.

Cevada




A cevada é um cereal relativamente desconhecido para a maioria das pessoas, mas já foi um alimento base em muitas culturas espalhadas pelo mundo; na medicina oriental considera-se que este cereal beneficia o fígado e a vesícula e é particularmente indicado para ajudar a dissolver gordura e proteína animal, beneficiando imenso as pessoas que desejem perder peso e necessitem de dissolver quistos, cálculos.

É particularmente saboroso quando cozinhado em conjunto com o arroz, em sopas e em estufados de vegetais e/ou feijões.

Se a tostar até alourar e ferver durante alguns minutos obtém chá de cevada, excelente para refrescar, para tratar o fígado e para perder peso.


Millet ou milho painço



Foi também o alimento principal de muitos países, particularmente no norte da Europa e em África e é o único cereal alcalino. O Millet é o cereal por excelência para tratar problemas de estômago e pâncreas, particularmente diabetes, e ajuda a aumentar a vitalidade física e a lidar com o clima frio.

Pode cozinhá-lo em conjunto com arroz, utilizado em sopas ajuda a dar consistência e à sopa mas as minhas receitas favoritas de Millet são Millet cozinhado com abóbora ou com couve-flor.


Trigo





É o cereal por excelência do nosso país e da maioria dos países europeus e geralmente é utilizado sob a forma de pão ou massas.

O Trigo beneficia também o fígado e é um cereal extraordinário para quem tem que despender muito esforço físico.

Pode ser confeccionado na sua forma integral e em grão e é particularmente saboroso quando cozinhado com feijões ou com o arroz integral (3 partes de arroz para 1 de trigo).

As massas de Trigo são um excelente alimento para quem necessita de energia rápida, quem tem pouco tempo para cozinhar e ajudam a adquirir uma maior flexibilidade.

Derivados do Trigo como o Cuscuz ou o Bulgur são bastante versáteis, cozinham rapidamente e são bastante saborosos quando cozinhados juntamente com vegetais.

E com toda esta conversa sobre o trigo, quase esquecia de referir o pão, um alimento sem o qual a maioria dos portugueses não consegue viver: em primeiro lugar, tente evitar o pão branco, uma mistura de farinha branca com fermento cuja qualidade é francamente má nos tempos que correm, assim como o pão integral de padaria, que não é na realidade (na maioria dos casos) pão integral, mas sim pão produzido a partir de farinha branca ao qual se adiciona farelo de trigo e fermento. Dê preferência ao pão integral à venda em casas de produtos naturais, que deverá ser produzido com farinha integral biológica e levedo natural, o que faz com que este se torne muito mais digerível e também mais saboroso.

Se tem problemas intestinais como obstipação ou problemas pancreáticos não coma muito pão, em especial não o coma torrado; aprenda a aquecer o pão no vapor durante 2 ou 3 minutos, uma verdadeira delícia, e um alimento muito mais fácil de digerir do que o pão torrado. Uma também boa forma de comer este tão tradicional produto é à boa maneira alentejana, demolhado na sopa.

Centeio





O centeio tem propriedades semelhantes ao trigo e é particularmente bom para o tempo frio; utiliza-se, em geral, sob a forma de pão.


Aveia





O cereal mais calorífero e com mais gordura, consequentemente o melhor para quem necessita de aquecer e de aumentar de peso; a aveia é também muito boa para bebés e crianças, assim como mães em período de aleitamento.

A maioria das pessoas conhece a aveia sob a forma de flocos (que não devem ser cozinhados com leite mas com água), mas esta pode também ser cozinhada sob a forma de cereal em grão - basta adicionar 4 a 5 vezes mais de água e deixar cozinhar em chama baixa durante 2 a 3 horas ou mesmo toda a noite (neste caso em chama muito, muito baixa e com uma placa difusora) para obter um riquíssimo pequeno almoço que fará o gáudio de crianças e adultos.

Milho





Foi o cereal principal das civilizações Azteca e Maia e é o cereal mais ligeiro de todos; na realidade quase todo o milho existente actualmente é híbrido e é muito maior do que o milho tradicional, pelo que este alimento é quase mais um vegetal do que um cereal.

Beneficia o coração e o intestino delgado e pode ser comido sob a forma de maçarocas, pipocas, pão (a famosa broa de milho portuguesa), arepas (panquecas tradicionais da América Latina) e polenta (tradicional de Itália e produzido a partir de farinha ou carolo de milho).

Trigo Sarraceno




Um cereal relativamente desconhecido no nosso país, o trigo sarraceno foi o alimento tradicional da Rússia, aí denominado de Kasha. É o melhor cereal para adquirir vitalidade e para nos ajudar a adaptar ao tempo frio.

O sabor do trigo sarraceno é peculiar e a maioria das pessoas consome-o sob a forma de esparguete, chamado Soba.

Agora que já sabe um pouco sobre a maioria dos cereais, resta-me recomendar-lhe que tanto quanto possível escolha para o dia a dia cereais oriundos de agricultura biológica; a quantidade de pesticidas presentes na maioria dos alimentos modernos prejudica gravemente a saúde e já se podem adquirir no mercado português produtos orgânicos de excelente qualidade.

No próximo artigo escreverei sobre a importância dos vegetais.

por Francisco Varatojo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Concertos da semana





Terça-Feira, 6 de Setembro - Ana Moura, Amadora, Centro Comercial Dolce Vita Tejo, 21h30







Sábado, 10 de Setembro - Six Organs of Admittance , Lisboa, Teatro Maria Matos, 22h00







Domingo,11 de Setembro - Filipe Melo Trio, Lisboa, Jardim da Tapada das Necessidades, 17h00

Cereais!

Vou falar sobre o que devemos comer, quais os melhores alimentos para a criação duma vida mais saudável. Cada vez mais tomamos consciência que comer de uma forma adequada é vital para a prevenção e recuperação de muitas das doenças modernas, a aumentarem assustadoramente nestas últimas décadas; no entanto, existe uma enorme confusão sobre o que significa uma boa alimentação: devemos ser Vegetarianos, Macrobióticos, Vegans, Omnívoros, Frugíveros, ingerir cápsulas de suplementos?


A quantidade de livros existentes sobre teorias alimentares é enorme e cada uma das teorias justifica cientificamente premissas em muitos casos completamente contraditórias uma das outras. Este assunto em si mesmo justifica na realidade um artigo futuro, mas a maioria das "escolas" alimentares e nutricionais parece estar de acordo em relação a um ponto: é essencial consumir diariamente cereais, particularmente sob a sua forma integral ou semi-refinada.

Recentemente nos Estados Unidos, o governo americano decretou que as embalagens de cereais integrais devem ter um rótulo onde se explicam as vantagens destes alimentos e onde se indica que eles são preventivos de doenças como cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras. Acho isto fantástico e considero que existe um tremendo avanço nas recomendações nutricionais actuais; no entanto, à medida que a população assume consciência da importância destes alimentos, as firmas produtoras de alimentos começam a comercializar todo o tipo de produtos com cereais, mas onde em muitos casos a sua qualidade é duvidosa e os cereais são acompanhados de enormes quantidades de açúcar, lacticínios e outros alimentos que provocam muitas das doenças que os cereais supostamente previnem.

O consumo de cereais não significa, para min, o uso de papas para o pequeno almoço produzidas a partir de alimentos refinados, ou a adição de farelo a sopas ou qualquer outra combinação ou mistura mais ou menos esquisita ou sofisticada. Ingerir cereais todos os dias implica consumirmos produtos como arroz, massas, cuscus, pão, cevada, centeio, maçarocas de milho, flocos de aveia e muitos outros, em especial sob a sua forma integral.



A Humanidade evoluiu com os cereais e não existe nenhuma cultura civilizada que não tenha utilizado os cereais como alimento principal: na Europa o trigo, a cevada, o centeio, o milho, em África o millet e o arroz, no Oriente o arroz, na América Latina o milho.

A nossa estrutura biológica, e particularmente a estrutura dentária e intestinal mostram que os cereais são o alimento por excelência da espécie humana: temos 32 dentes, dos quais 20 são molares (concebidos para moer grãos), 8 são incisivos (para cortar fibra vegetal) e 4 são caninos (para cortar fibra animal); os nossos intestinos são relativamente longos, muito maiores do que os intestinos de um animal carnívoro e mais pequenos do que um herbívoro e têm uma estrutura adequada para digerir particularmente a fibra dos cereais.

Os cereais integrais fornecem ao organismo uma nutrição adequada e recentemente descobriu-se que contêm serotonina, uma substância que acalma significativamente o sistema nervoso. Também, os açucares presentes nestes alimentos são açúcares polissacarídeos, ou açúcares complexos, compostos por várias moléculas, que se desdobram lentamente no organismo e são absorvidos nos intestinos, fornecendo uma energia gradual e dando uma resistência enorme; quando comemos regularmente cereais conseguimos manter níveis de energia e vitalidade regulares e sentimo-nos muito menos cansados.

Infelizmente, e em particular desde a II Guerra Mundial o consumo destes alimentos decresceu de uma forma muito acentuada; não apenas isso, mas a qualidade dos cereais modernos é francamente má e a maioria das pessoas acaba por comer apenas pão branco, completamente desprovido de vitaminas importantes do complexo B e de proteínas, ou arroz ou massas refinadas, também deficitárias nos mesmos nutrientes.

A título de exemplo e de acordo com o livro "The Changing American Diet" publicado pelo "Center for Science in the Public Interest", em 1910 os cereais forneciam "per capita" cerca de 38% do aporte calórico diário, em 1976 cerca de 19% e neste momento muito menos do que isso. O significado destes números em termos de saúde pública, é para mim assustador: significa que deixámos de comer os alimentos mais importantes para a manutenção física da nossa existência e para a nossa evolução intelectual, emocional e espiritual.

Assim sendo, caros leitores e leitoras, sugiro-lhes que comecem hoje a incluir cereais integrais ou semi-integrais a todas as refeições. Ou pelo menos cereais, mesmo que nalguns casos sejam refinados; quando for comer fora, peça sempre para acompanhar o prato com arroz ou massas, ou pão saloio, ou uma qualquer outra forma destes extraordinários alimentos, que algumas culturas chegaram mesmo a deificar. Quando cozinhar em casa, comece a habituar-se ao sabor e textura dos cereais integrais: verá que não se arrepende e que os efeitos se começarão a fazer sentir no seu bem-estar e vitalidade.

No próximo artigo escreverei detalhadamente sobre cada um dos cereais e como os utilizar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Concertos da semana






Quinta-Feira, 1 de Setembro - Twin Shadow, Lisboa, Clube Ferroviário, 18h00





Sábado, 3 de Setembro - Gattamolesta (Festa do Avante), Seixal, Quinta da Atalaia 

ESCOLA

Findas as férias de Verão dos miúdos, chegam as inevitáveis tarefas, despesas e preocupações do regresso às aulas: compra de livros e material escolar, reorganização dos horários caseiros, apreensão sobre o desempenho escolar da prole e consequente "stress" familiar. Ou pelo menos é o que acontece em minha casa, com 4 filhos, três deles a estudarem.

Para além de todas as considerações de ordem educacional, sociológica, económica, biológica e muitas outras que em maior ou em menor grau condicionam o comportamento e saúde dos nossos filhos, um factor essencial ao seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional é indubitavelmente a alimentação.



Mas se esta é uma verdade facilmente aceite, na prática a alimentação actual das crianças é deveras excessiva, irresponsável e pode conduzir a distúrbios físicos e comportamentais graves; nos tempos modernos esta questão é particularmente séria porque os hábitos alimentares são mais ditados pelas regras do marketing do que por princípios sãos e de bom senso.
Assim, neste início de ano lectivo tomo a liberdade de fazer as seguintes sugestões:

  • Evite que as crianças consumam açúcar e alimentos açucarados, o que inclui também os refrigerantes.

  • Habitue os seus filhos a comerem vegetais (que não são apenas batatas fritas e "ketchup") e cereais integrais (que também não são os cereais refinados e com açúcar que geralmente comem ao pequeno almoço).

  • Encoraje-os a comer sentados à mesa e a mastigarem bem.
  • Certifique-se que tomam o pequeno-almoço antes de irem para a escola.
E para que tudo isto seja possível, o exemplo tem que começar de cima. Vale de pouco dizer às crianças para fazer algo, quando o nosso comportamento aponta para uma direcção diametralmente oposta.

por Fransicsco Varatojo

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