segunda-feira, 16 de maio de 2011

Coração e energia Fogo





O Coração e o Intestino Delgado (assim como as funções denominadas Governador do Coração e Triplo Aquecedor) pertencem, em medicina oriental, à categoria energética denominada de Fogo.
Fogo representa um arquétipo energético quente, dinâmico, expansivo, "plásmico", e em especial o Coração possui estes mesmos atributos. No artigo sobre o fígado referi que este era o General; o Coração é considerado o Monarca pela capacidade que tem de reger todo o organismo e pelo seu funcionamento e comportamento serem indispensáveis pelo bem estar geral.

Para os Orientais, quando o Coração (e o Intestino Delgado funcionam bem) somos alegremente calmos, temos sentido de ritmo, empatia e sabemos demonstrar emoções calorosas e amor. Basicamente, somos possuídos de um fogo interno que nos torna calorosos e empáticos, sem no entanto sermos exagerados ou demasiado superficiais (na realidade, sintomas de problemas em Fogo.
Interessantemente, nos países ocidentais (Portugal incluído), a principal de morte são as doenças cardiovasculares que estão intimamente ligadas ao estilo de vida e aos hábitos alimentares. Um número enorme de estudos é conclusivo quanto à influência da alimentação nas doenças cardíacas e as principais associações mundiais para a prevenção de problemas cardiovasculares têm recomendações alimentares precisas para estes problemas.

No entanto, muitas destas recomendações apesar de serem melhores do que a alimentação vulgar dos cidadãos, não são ainda assim as mais acertadas, porque são filtradas por grupos de pressão políticos que visam proteger a indústria alimentar moderna. Walter Willet, um dos mais conceituados nutricionistas mundiais, professor em Harvard e autor dum livro recentemente publicado "Eat, Drink and be Healthy", escreve que as prescrições alimentares modernas como a pirâmide alimentar aprovada pelo Ministério de Agricultura americano em 1992, protegem mais a indústria alimentar do que propriamente a saúde pública, nomeadamente a saúde cardíaca.

Em estudos como o Framingham Heart Study (o maior estudo sobre doenças cardiovasculares até hoje realizado), chega-se à conclusão que a melhor regime alimentar é aquele que é baseado em cereais integrais, vegetais, feijões, etc., um tipo de alimentação muito semelhante àquilo que se chama a alimentação macrobiótica.

Num estudo inovador realizado recentemente nos Estados Unidos e denominado DASH (sigla de Dietary Approaches to Stop Hypertension - Abordagens Alimentares para Erradicar a Hipertensão, em português) descobriu-se que pessoas hipertensas que seguem as recomendações alimentares da Associação Americana para a Hipertensão não têm melhoras significativas, aquelas que seguem um regime vegetariano melhoram um pouco, e aquelas que seguem um regime macrobiótico melhoram imenso.

Voltando à medicina oriental e ao coração, os alimentos que mais contribuem para os problemas em Fogo, são aqueles que criam (simbolicamente) mais fogo, uma energia mais quente, expansiva e caótica: Produtos animais com gordura saturada (leia-se carne e lacticínios), álcool, comida excessivamente picante; cafeína e nicotina pela influência directa que têm sobre o sistema nervoso acentuam mais ainda estes distúrbios.

Um estilo de vida demasiado frenético e desregrado está intimamente ligado a problemas em Fogo, pelo que uma parte essencial da terapia consiste também em aprender a acalmar e a ter um estilo de vida menos extremo.

Na próxima semana recomendações para tratar desiquilibrios de Fogo

por Francisco Varatojo

1 comentário:

  1. Olá Francisco,
    Tem de partilhar os seus posts no Facebook.
    A informação é tão interessante, que é preciso passá-la a mais pessoas.
    Até peço autorização de partilhar os seus posts do blog do IMP, no meu mural.
    Beijinhos
    Paula Margarido

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